Aos poetas e leitores, minha homenagem nesse 14 de março.
Juntem os olhos da criança,à flor da quaresmeira.
Juntem as páginas que me dei às suas páginas,
e voem em paz.
Um abraço para todos
Ilha de Vitória
Foto: Gabriel Targueta
Qual Poema
Não seria um poema épico
que completaria a farsa humana.
Muito menos um dístico romântico,
falso artifício lunático de um sonhador.
Quem sabe o áspero concreto,
menos homem e mais objeto...?
Talvez o moderno José
pudesse garimpar em cada um
a fortuita questão do porquê...
Não seriam flores, amores,
não seriam ilusões e esperanças.
Nem a bossa, nem a farofa
nem mesmo urubus e girassóis.
Santa Maria Egipcíaca teria lido nos olhos duros do barqueiro
a síntese do que poderia ser dito?
Seria em haikais ou trovas
que encontraríamos o que vem após os dois pontos?...
Estaria na poeira sertaneja dos cordéis
o ferir fatal da peixeira que cortaria o fio da palavra?
Não, penso que na imagem dentro de cada um esteja o poema definitivo,
que jamais poderá ser escrito.
( Verdes versos - 2007)
Sobre o que se espera...
Do Poema
Tudo se espera do poema.
Que seja o contraponto da realidade,
o remanso para o repouso do herege,
o inferno permitido para as paixões contidas.
No poema, o que se procura é o ar diferente
que se vai buscar no expirar delirante de um poeta.
Como se o poeta fosse só delírio...
O poema se fez da vida do poeta;
é ele que o espera.
Do Poeta
Nada mais que a diferença.
O ser quase divino que veio ao mundo
tocado pelos deuses.
O que não se percebe, ou pelo menos não
se quer perceber, é que ele só foi tocado pela
[contradição humana.
Para quem muito espera do poeta-homem, vale o conselho:
atenha-se apenas aos seus versos.
Ele é apenas o exemplo típico
da máxima de Nietzsche:
“A arte existe para que o homem não morra da verdade”.
Do encontro entre o Poeta e o Poema
Que da simplicidade do artesão
resulte a palavra-arte.
E esta deixe para trás o homem
e siga sua trilha para a eternidade.
(Verdes versos - 2007)
domingo, 14 de março de 2010
Dia da poesia e dos poetas
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