segunda-feira, 24 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Fabrício Brandão e Leila Andrade
Foto: Leila Andrade
A PONTA DA ESTRELA
Fabrício Brandão
Tenho segredos que me sabem.
Todos eles tidos em mãos ocultas,
Circundam um tempo vazio de horas.
Então, adormeço para fazer frente aos desejos,
Catando a outra borda do sonho.
Pequeno grande objeto estranho de mim,
Deixo o sol se espraiar sobre mentiras,
Uns tantos prediletos brinquedos de vida.
DUO
Fabrício Brandão
Aquele outro se abre em fendas
Arranha espaços
Agarra as mentiras presas nos lençóis
Acontece sem ninguém.
Dialoga com espelhos
Despeja poeira nos móveis
Discute com vista para o mar
Depois do prazer
Cumpre o rito das horas
Corteja o azul que vaga
Cala em voz alta
Cerra os olhos em terras distantes
O daqui sustenta esperas
Ornamenta os sentidos na estante
Obedece sinas tortuosas
Ora por um pouco mais de tempo
Fabrício Brandão gosta de levar adiante as missões da Comunicação e das Letras. Homem de poesia, prosa e outros gêneros similares, edita, juntamente com Leila Andrade, a Revista Cultural Diversos Afins.
http://diversos-afins.blogspot.com
RETRATO FINAL
Leila Andrade
a inconstância do mundo apavora
o corpo que se move lento
respira sem profundidade
numa desordem possível
: os cálculos imperfeitos
retalhos de uma vida deserta
espalhados na colcha da cama fria
combinação exata com a falta de leveza
das cores prediletas
vermelhas, amarelas, culpadas
DE DESERTO E SOMBRAS
Leila Andrade
Uma pedra íntima desvia
o meu grito de desgosto
interpretado sob medida
em um coração deveras
largo
e não se ajusta
à calma:
meus cantos todos calados
uma homenagem ao silêncio,
senhor de todo caminho
deserto.
Leila Andrade é graduada em Letras e Comunicação Social. Pensa poesia em seus dias como um inevitável sopro do vento em sua face.
http://palavraedestino.blogspot.com
Postado por Jorge Elias às 11:26 AM 2 comentários
sábado, 15 de agosto de 2009
Ferreira Gullar
INTERNAÇÃO
Ele entrava em surto
E o pai o levava de
carro para
a clínica
ali no Humaitá numa
tarde atravessada
de brisas e falou
(depois de meses
trancado no
fundo escuro de
sua alma)
pai,
o vento no rosto
é sonho, sabia?
Poema escrito por Ferreira Gullar, pai de dois filhos portadores de esquizofrenia.
Postado por Jorge Elias às 12:34 AM 0 comentários
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Terroir
Iluminou-se o estilo:
rascante.
Espinha de peixe.
Monjolo a pilar a palavra
até que finde a água.
(Verdes Versos)
Postado por Jorge Elias às 11:28 AM 0 comentários
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