quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sonolento para apaziguar borboletas

                                                                            Pintura: W J Solha




                                                                            Para W J Solha
A sombra é neutra, e desandado o escuro,
e, se não há certezas, há o adeus,
da emoção que dura ao saber-se nulo
o testemunho erguido de um deus.
E se silente a cama – à procura
da insignificância hirta e desperta –
oferecer leito e cocho à loucura,
dizer-se talvez louco, mas alerta.
O chão é leito tosco, mas correto
a todo ser avesso a esperança,
àquele que titubeia e tropeça,
na pedra desolada e, sim, temida
que rola o descaminho, sem inércia.
Salvam-lhe a vida as asas de poeta.

Jorge ELias Neto

Esclarecimento: defino como sonolento meus primeiros poemas-estudo em busca do entendimento da métrica e formas fixas.

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