segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A boca do inefável


Cobre-te melhor
a seda rasgada,
contornando teu corpo,
nas fendas de meu desejo.
E esse cheiro
das madrugadas
em que me masturbo
de tanta insônia.
Os momentos
perdidos, em um sonho
mau, tornam justo esse
pesar por amanhecer,
e ter que partir
nessa rotina
que me afasta de ti,
obscena mulher,
de língua áspera,
imensa,
onde derramo
minhas noites de macho
                  perdido.

Jorge Elias Neto

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