quarta-feira, 26 de maio de 2010

Encosta do mundo


Na encosta do mundo
(sim, pois realmente existe um mundo
impensado por nossos contemporâneos
cientificamente munidos com incoerência),
um acaso de pedras
precipita-se sobre um mar inaudito.
Nela, as ondas batem
desfazendo precipícios.
Existisse o homem ali,
retomaria os mitos
ou se lançaria ao mar.
Mas findaram-se os séculos das navegações,
e pereceram, à força do fogo de canhões,
as últimas cidadelas.
Na encosta do mundo
o que se perde, não se conta como tempo.
A encosta do mundo
se preserva em uma dimensão
refutada pelo homem.

Um comentário:

Hilton disse...

Grande poema, meu amigo!