terça-feira, 14 de abril de 2009


Foto: Eloísa Pelegrineti - Bordeaux - 2008



Imagens
(pequenas lembranças para os fóbicos no claustro)


Fotografar a esquina
sem rumo.

O giz entre as unhas
(pó de palavras).

O “Deus me guia”, no casco do barco
emborcado na praia deserta.

O almoço das cracas
no pier abandonado.

Surpreender o raio
almejando a Cruz.

Captar a quintessência
de um amanhecer de lágrimas.

Mostrar ao Mundo
à fonte dos arco-íris.

A serenidade do pescador
reparando a rede.

A perspectiva da mão
que atirou a pedra.

A profanação do túmulo
dos paquidermes.

A delícia da vibração
dos lábios de Milton.

A indecisão da chama
diante do sopro humano.

...

Relíquias do poeta.

Noves-fora [...]

4 comentários:

Gabriel disse...

Olá Jorge!
Tudo certo?

Visite: barorreflexo.blogspot.com

Até mais, um abraço.

Leila Andrade disse...

Muito delicosa a foto, Jorge, suave, e os versos são uma linda homenagem ao "canto" das imagens.

Beijos

Leila Andrade disse...

retificando: muito deliciosa...cre

Oliver Pickwick disse...

Reinventaste o mar em um flashback poético, amigo Jorge. Luxuosas são as lembranças dos poetas. E "luxuosas", neste contexto, nada tem a ver com Versace, Armani, Prada e outras inutilidades do genero.
Um abraço!