Um pouco antes do desespero
entregarei as cartas;
não estas falsas memórias
principiadas em momentos de luxúria.
Somente a coragem de um moribundo
permite alguma crueza nas letras.
Talvez eu comece a entender Rimbaud
diante de meu cadafalso.
Por enquanto, tudo é entretenimento;
só cuspe e falsidade.
As cores são vivas e fortes
em meu semblante de camaleão.
Ao menos não me persigno;
não faço falsas preces.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Um pouco antes
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4 comentários:
Entender o poeta somente diante da morte me faz pensar o quanto a poesia é desesperadora.
Entender Rimbaud talvez fale das urgências que ignoramos.
Um abraço.
Muito bom, Jorge. Adorei a relação cartas e falsas memórias.
abraço
Texto forte e muito coerente.
Desnudamo-nos diante destas letras.
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