O enredo da bala cruzando
os olhos do pátio
‒ fingindo inocência
O milésimo seguinte
‒ oculto ‒
no deblun do tempo
O bolso vazio
do corpo
embalado em papelão
num beco
de saudosas paisagens
A verdade
do paquiquerme
cobrindo os olhos
com enormes orelhas
O rústico desfiando
o pelo do urso
sob os pés
enlameados
As lantejoulas
vestindo perdulários
na simetria dos quatro
cantos da casamata
A textura vulgar
do remendo
da insensatez
A pústula
que não rompe
não vasa
pois já não importa.
Jorge ELias Neto
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