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quinta-feira, 9 de junho de 2011
Sonolento
Quisera eu poder contar-te tudo, lúdico luar...
É que pálpebras me pesam de mais um dia...
Mas bem sei que, entre amantes, basta um sutil entreolhar,
para retirar dos guardados a palavra fugidia.
Mesmo assim, me esquivo dos teus olhos, cândida Lua...
É que as verdades fogem mais fácil de um olhar cansado...
Sei, entretanto, que é inútil querer poupar-te do que
[se insinua.
Em cada gesto tenso de meus dedos crispados.
Queria deitar-me em teu colo, luar idílico.
Apagar de minha mente esses pensamentos nômades;
e num ressonar de anjo te dizer de meu medo.
Só que a bruta vida que me faz ridículo
fez-me preso a esse chão de homens distantes.
Parto... outra vez sem ti... para o sono...
[com meus segredos...
Jorge Elias Neto
(Verdes versos - ed. Flor&cultura - 2007)
Postado por Jorge Elias às 9:56 AM 3 comentários
Marcadores: livro verdes versos, Poema, Sonolento
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