segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Máscara mortuária
Será um movimento
exato da mão
a cortar pelo talo
a palavra
definitiva.
Dirão as carpideiras:
Reparem
o riso e todos
esses dentes;
a frouxidão da boca
cansada de gargalhadas
e asneiras.
O cúmplice,
me encontrará sem palavras
e gelado
como a verdade.
Jorge Elias Neto
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ángel González traduzido pelo poeta Jorge Elias Neto
Vale ler este excelente poeta.
Abraço para todos,
Jorge Elias Neto
Link para leitura: http://www.poesiadiversidade.blogspot.com/
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terça-feira, 22 de novembro de 2011
Thelma Maria Azevedo - HOMENAGEM
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sábado, 19 de novembro de 2011
René Char
Carlos Alberto Shimote
Lutadores
O pão das estrelas me pareceu tenebroso e rijo no céu dos
homens, mas em suas mãos estreitas, li a luta dessas estrelas
convidando outras: emigrantes da ponte, sonhadoras ainda;
recolhi seu suor dourado, e por mim a terra parou de morrer.
René Char – Le Nu Perdu/1971
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Sua sombra que passa
sempre se dilata
e marca sua face.
O rio se adianta
em desandada
pressa,
e sua sombra,
esguia e distante,
é mais inquieta
que as águas.
Nas horas tardias
sua sombra
permanece.
Mas tomba
o sol,
e resta apenas a palidez
de seu espanto.
Jorge Elias Neto
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Caê Guimarães - Crônica
LETRAS TORTAS PARA UM POETA MORTO
Caê Guimarães
Crônica escrita para o Jornal A GAZETA em homenagem ao grande poeta capixaba
Miguel Marvilla falecido em outubro de 2009
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domingo, 6 de novembro de 2011
Odysséas Elytis
E leva as minhas palavras a suas escuras grutas
E às suas focas pequenas as murmura
Nas noites em que choram os tormentos do homem.
Abro as minhas veias e enrubram-se os meus sonhos
Transformam-se em arcos para os bairros dos meninos
E em lençóis para as raparigas que velam
Para ouvir às ocultas os prodígios do amor.
Aturde-me a madressilva e desço ao meu jardim
E enterro os cadáveres dos meus mortos secretos
E às estrelas traídas que eram suas
Corto o cordão dourado pra caírem no abismo
O ferro enferruja e eu castigo o seu século
Eu que já experimentei a dor de mil pontas
Com violetas e narcisos a nova
Faca vou preparar que convém aos Heróis.
Desnudo o meu peito e os ventos se desatam
E vão varrer as ruínas e as almas destruídas
Das espessas nuvens limpam a terra
Pra que surjam à luz os Prados encantados.
Tradução de Manuel Resende
Odysséas Elýtis (em grego: Οδυσσέας Ελύτης; Iráklio, 2 de Novembro de 1911 — Atenas, 18 de Março de 1996), foi um poeta grego.Nascido Odysséas Alepudélis (Οδυσσέας Αλεπουδέλης) na ilha de Creta, estudou Direito na Universidade de Atenas mas não se formou. Ele foi o último de seis filhos de Panagiótis Alepudélis e María Vrána, que se mudaram para Atenas quando Odysséas era pequeno. Em 1923, visitou a Itália, Suíça e Alemanha.Seu principal trabalho, escrito durante quatorze anos e publicado em 1959, é Axion Esti, um poema que tenta identificar os elementos vitais nos três mil anos de história e tradição da Grécia e onde imagens do sol e do mar misturam-se com a liturgia Ortodoxa e os elementos pagãos com o Cristão. Outros trabalhos incluem Ανοιχτά χαρτιά ("Anoichtá chartiá", ou seja, "Papéis abertos"), importante coletânea de ensaios sobre literatura.
Postado por Jorge Elias às 10:07 PM 0 comentários
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