A poesia de Jorge Elias Neto
Ao merecer o privilégio de ler Rascunhos do absurdo antes de sua publicação, compreendi, de imediato, que me encontrava diante de um poeta que pretendia dar mais força às palavras, na invenção do belo. E senti isso de pronto ao ler “Régua quebrada”, onde destaco:
“Não me importo/em numerar as penas do cisne.”
“Cato palavras de aluvião. Insisto na ingenuidade da metamorfose./
“Só sei transformar sapato em borboletas.”
No poema “Só sei que vou te amar”, a gente tem que admitir, como um perfume anódino, esta verdade etérea do poeta:
“Aceitar o fato/que os grãos de areia não sonham.”
Também no poema “Cúmplice”, não há como negar-se um toque de flauta na alma:
“Já coloquei todos os parênteses/em nossa existência. / A porta ficou fechada/
para a monotonia da brisa.”
Outro poema que tange bandolim em nosso coração é “Testamento moral”:
“Na soleira da porta/a lágrima escorre/limpando a pegada do poeta sonâmbulo.”
E como pretendesse perfumar a nossa tristeza com a sua própria dor, Jorge Elias nos presenteia com o poema “No entorno”, com estes versos que têm aroma de saudade:
“ Enquanto tivermos pulmão para soprar as pétalas/
Exerceremos o ofício temerário de celebrar a vida.”
Para não roubar ao leitor a oportunidade de descobrir mais encantamento na poesia de Jorge Elias Neto, recomendo, finalmente a leitura de “Sonho no absurdo”, que contém o terceiro capítulo do livro – GAZA.
Para quem já visitou Israel em três oportunidades, inclusive a região de Gaza, a última parte de Rascunhos do absurdo, é de deixar o coração em chamas, pela beleza incendiária dos seus versos. Por isso mesmo, reservo-me o direito de deixar ao leitor a oportunidade de sofrer esta ode extraordinária sem minha interferência, mas concluindo, envaidecido, reproduzindo, como se fossem minhas, as mesmas palavras do poeta e pesquisador Gustavo Felicíssimo: “É certo que, com essa potência e consciência literária, a poesia de Jorge Elias Neto enquadra-se neste momento, sem nenhum alarde, no rol daquilo que de melhor e mais significativo vem sendo produzido por nossos poetas contemporâneos. E ele nem sequer desconfia disso.”
Berredo de Menezes
sexta-feira, 30 de abril de 2010
CONVITE - LANÇAMENTO DE RASCUNHOS DO ABSURDO
Postado por Jorge Elias às 6:57 PM
Marcadores: Convite Lançamento Rascunhos do Absurdo
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5 comentários:
Parabéns, poeta, por mais esta conquista!
Ei Jorge,
acabo de colocar o convite lá no florescer.
Então, até sexta-feira.
Um abraço
Olá Jorge, divulguei no letra e Fel e nos vemos no lançamento. Dia 06/05 será o lançamento do Livro da professora Ester, na ADUFES. Aproveito para te convidar para o lançamento do Mina, meu primeiro livro de poemas, que será dia 19/05 na praia do canto.
abraços
renata bomfim
Jorge,
Parabéns pelo novo livro!
Reativei o meu blog, precisava dele como estímulo pra escrever!
http://barorreflexo.blogspot.com
Grande abraço e até breve!
Gabriel
Tentei postar uma resenha critica aqui do livro, o espaço é limitado
Silas
www.portas-lapsos.zip.net
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