"vejam bem ” ( para zeca afonso )
é difícil o caminho do corpo,
mais estranho é o caminho do pão.
são estradas, vieses malditos
repisados e feitos à mão.
as estradas do corpo, aventura,
velhas carnes postadas no chão
são estradas ardidas, agrura,
entranhadas no teu coração.
quando o vale da noite ensurdece,
acontece na vida um desvão,
todo o pão se resvala na noite
que te sobra na palma da mão.
romério rômulo, julho/2010
Romério Rômulo nasceu em Felixlândia, Minas Gerais, e mora em Ouro Preto, onde é professor de Economia Política da UFOP. Prefaciou a primeira edição assinada das poesias eróticas de Bernardo Guimarães, “O Elixir do Pajé” (Dubolso, 1988), mais de 100 anos depois da edição original. Já publicou diversos livros, como “Só pedras no caminho pedras pedras só pedras nada mais” (Lemi, BH, 1979), “Anjo Tardio” (Edição do Autor, Ouro Preto, 1983), “Bené para Flauta e Murilo” (Edições Dubolso, Sabará, 1990) e a caixa “Tempo Quando” (contendo 4 livros em 2 volumes, Dubolso, 1996). Seu último livro é “Matéria Bruta” (Altana, SP, 2006). Atualmente, prepara um livro de poemas sobre o amor.
Contato: romerioromulo@hotmail.com
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Romério Rômulo
Postado por Jorge Elias às 12:06 PM
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Um comentário:
RR é uma das vozes mais fortes e mais originais da nossa poesia, Jorge. Gosto demais. Tenho notado que os poemas mais recentes de Romério andam mais doces, menos secos. Este é belíssimo. Abraços!
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