SONETOS
III
O meu corpo é ausente do seu corpo,
meu amor: a noite apenas começa
e não é senão o anúncio da dor,
essa dor do furioso cio, etérea
dor. A noite não engana do amor
a fúria mal contornada, a eterna
angústia dos que debruçam famélicos,
sobre o éter, o desejo e o vapor
da nave que flutuou em azuis.
Da sorvência das horas vãs palavras
nada podem. É tudo furta-luz.
O amor prescinde de lavrar a pá
o perfeito verbo: tudo conclui
que o amor é um vento apaziguado.
Pedro J. Nunes é escritor, autor de Aninhanha, Vilarejo e outras histórias, Menino e A pulga e o jesuíta (Prêmio Secult de Literatura Infantojuvenil 2009, a ser publicado em breve). Site: www.pedrojnunes.tertuliacapixaba.com.br .
terça-feira, 20 de julho de 2010
PEDRO NUNES
Postado por Jorge Elias às 11:37 AM
Marcadores: Pedro Nunes
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Um comentário:
Belo soneto! Vou conhecer melhor esse poeta. Um abraço.
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