I
Minha terra
é uma ilusão da linguagem.
Tenho de meu
esse rastilho de palavras
que pressinto atadas aos calcanhares.
Se o desfaço, perde-se
o encantamento das vivências cerzidas.
Sei que as mãos ensaiam obscenidades
entre dois espelhos.
Quero mesmo criar algumas reentrâncias
na estrutura dos olhares.
Mas olhos extraviados não ardem
no lugar comum em que me perco...
II
Dou conta de minhas cicatrizes;
e são bem humanas:
com cheiro de menstruação e defunto.
Para os crentes,
desejo o reino dos Céus.
Para mim,
a realidade.
Sou um desencontrado;
Não me cabem subterfúgios.
Jorge Elias Neto
domingo, 16 de maio de 2010
Os ossos da baleia
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4 comentários:
Gosto demais do tom e das cores da tua poesia, Jorge - brilhante, sempre. abraço.
muito bom, jorge.
um abraço.
romério
Muito bom Dr Jorge, estarei sempre por aqui te prestigiando. Um abraço da colega de trabalho, Juliana Tovar
Gosto muito dos seus poemas Jorge, sao nutio bons... Isso so me deixa mais honrado de ter participado do teu livro. Com toda sinceridade...
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