Desconheço a ordenação dos anjos,
mas sei das cores nas fachadas das casas.
Na foto antiga, as casas já receberam
O insofismável tom trazido pela areia do tempo.
Naqueles olhos ausentes,
que cruzaram desapercebidos
a falsa eternização do momento,
surpreendo o olhar humano.
Desconheço a verdade dos santos,
mas tenho aprendido sobre a mutilação do desejo.
(Verdes Versos)
sábado, 22 de março de 2008
A realidade de cada um
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15 comentários:
O desejo mutila mesmo. Não podemos ter tudo, né.
Dentre as belas frases do poema :"falsa eternização do momento".
Fez-me lembrar de uma outra que ouvi há poucos dias na TV e que - por incrível que pareça - gostei muito: Todo encantamento tem uma dose de delírio.
Ao meu modo, a eternização de um momento é o delírio nosso de cada dia.
Abraço.
Continua na fase "Conan, o bárbaro". Corta daqui, mutila dali; literalmente, esgrima com o seus versos. De fios afiados como uma daikatana.
Abraços!
Querido JE (não se poque lembrei-me do J.G. de Araújo Jorge, será que alguém ainda se lembra desse poeta?)
"Desconheço a verdade dos santos,
mas tenho aprendido sobre a mutilação do desejo."
Também desconheço a verdade dos santos, desconheço até a existência deles, mas tenho aprendido sobre a mutilação em todos os sentidos.
Aos poucos estou ressurgindo...
Desculpe a ausência, obrigada, de coração, pela presença.
Lançamento em abril? Ah! Não... eu passarei o mês inteiro fora... snif... espero que tenha mais de um lançamento!
Um grande beijo
Surpreender o olhar humano em olhos ausentes, em desejos mutilados, em santos inacabados revela um coração bom.
Desconheço a verdade dos santos,
mas tenho aprendido sobre a mutilação do desejo.
cito-O!!!!
por ser tão verdade.
beijo.
Olá Jorge, nossa! Muito interessante seu blog, adorei as imagens, achei-as bem diferentes e combinam bem com os poemas. Parabéns pelo espaço, pelos poemas, pelas imagens, enfim,tudo aqui foi bem aproveitado. Bom final de semana, um abraço.
E destaco no seu poema - o olhar -
sinto que nele e por ele, é que tudo começa.
Um beijo
Jacinta
Saudade de você! Está sumido...
Tudo bem?
Estou partindo quinta... assim que der dou notícias.
beijos
Que verdades encerram as tuas palavras ... gostei. (Re)vejo-me nesta forma de pensar.
Estou a fazer só um pequeno descanso do descanso para matar saudades dos amigos. Um beijo
Mésmero
Sim, não podemos ter tudo.
Não sou um hedonista ( na concepção dada pela sociedade ocidental).
O que critico é o moralismo hipócrita.
Hanne
Concordo com vc.
Refiro-me a falsa eternização na captura dos olhos estatelados na fotografia.
Lí, certa vez, no livro "EXTINÇÃO" de um autor alemão, Thomas Bernardt (creio que escrevi errado o nome do autor)um comentário muito interessante sobre as fotografias que me fizeram revisar esta faceta do registro iconográfico.
Abraços amiga.
Mr Oliver,
Rapaz, a maior parte dos poemas que eu coloco aqui não seguem uma ordem temporal (geralmente são retirados de meu livro). Eu acho que eu os cato conforme meu estado de espirito.
Vc não imagina mesmo é o "corte" dos que eu tenho redigido ultimamente...
Abraços,
Kátia,
É uma pena vc não estar presente no lançamento do livro.
Afinal de contas vc foi a primeira pessoa que visitou meu blog...
Estou aguardando em meu email o envio de seu endereço residencial.
eliasj@terra.com.br
Abraços,
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Dauri,
Obrigado pelo seu olhar...
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Gi, Isabel, elcio e Jacinta
Grato pelos comentários.
Fico feliz que concordem com o meu olhar.
belo poema, parceiro, que nos toca a todos, com nossos desejos eles mesmos parte da realidade de todos, e de cada um, esta que ou em que somos desejos desejados em nós, em que desejamos o desejado, raramente o desejante.
meu abraço,
luis de la mancha.
nossa, fiquei encantada com as tuas poesias!! Tu é bom mesmo guri!!
vou vir mais pra essas bandas!
é o mal estar da civilização, meu caro.
um abraço.
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