Cumuruxatiba - Foto: Jorge ELias Neto
Para Berredo de Menezes
Meu corpo
é essa areia
rarefeita
que parte
do deserto
e impregna
as pétalas.
Meu corpo
é um grifo nas dunas
que se desfazem
em Mundo.
Meu corpo
é a velhice de um tempo
desabençoado
pelo silêncio.
Meu corpo
é a textura vulgar
de um remendo
da insensatez.
Meu corpo
é pressentimento
de moeda
que dissolve o pecado.
Meu corpo
é bojo de névoa
ruminada no pasto.
Meu corpo
é a universalidade
de um nada carente
de sentido.
Meu corpo
exilado na descrença
jaz
no giral de ofertas
de um supermercado.
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