Foto: Luis Henrique Borges
A sombra subsiste no oco
do tronco posto
à beira do medo.
Risonha e sínica,
desafia as mãos
a penetrar-lhe a boca,
intestinos – segredos.
(Uma voz rouca chama do silêncio.)
E mais tarde, então,
ouvindo o eco do nada,
a matéria frouxa,
caberá perfeita
em suas entranhas rombas.
Deixará para sempre,
o vazio das formas,
enveredando nas sombras, sem pavor, sem volta.
Sem amor,
sem pressa –
sem desejo.
Jorge Elias Neto
2 comentários:
JORGE!
Sou apaixonada pela SOMBRA, sua matéria, seu centro, e pela voz rouca, chama do silêncio.
Um poema perfeito onde a sombra é descrita no eco, nas entranhas e no vazio!
EXCELENTE
Aplausos!
Mirze
Olá Mirze!
No livro que estou finalizando inclui um capítulo: "Diálogo das sombras".
Também gosto imensamente deste tema.
Abraço,
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