A menina de beijo eriçado,
lia rascunhos de coito;
sonhando pétalas.
A mocinha de peito afiado,
fendia azulejos de quatro;
sonhando pétalas.
A mulher ao jeito do Diabo,
sorvia desprezo no prato;
sonhando pétalas.
A anciã no leito, exilada,
morria sozinha no quarto.
(Verdes versos - 2007)
Obs: este meu poema traz o corte, o fim inesperado, tão característico da obra de Miguel Marvilla. Quando Miguel organizou meu livro, fez alguns comentários que me foram muito úteis na elaboração dos poemas que se seguiram. Após isso, na releitura que fiz de sua obra, observei tratar-se de um traço utilizado em alguns dos seus melhores poemas.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
PÉTALAS
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3 comentários:
No túmulo talvez lhe reste pétalas, sopradas pelo vento.
Magnífica a poesia de Miguel.
Abraço.
Se a orientação foi dele a sensibilidade para absorvê-la foi sua. Poema muito lindo. Um abraço.
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