Céu de bombas
Por que choras por mim meu pai?
Cumpri com o que me coube
nessa Gaza de feras.
Em cada criança morta, sacrificada,
um objetivo insano.
Despeço-me do dia
sob flashs e bombas.
Uma fome doentia
molhou teu corpo com meu sangue.
Estrelas dos profetas cruzaram os céus
e pulverizaram os créditos de minha infância.
A ambição de poder comeu meu destino.
Com a força, roubaram-me o sorriso.
Meu pai, nem sei perguntar por quê.
Não tive tempo para me nutrir de ódio.
Pensando bem, pai,
que às lágrimas partam.
Transpareças a cor de teu rosto indignado
nas telas indiferentes do Mundo.
Sobretudo creia, pai,
creia no triunfo do olhar de tua filha,
fosco de morte,
voltado para esse lindo céu,
reluzente de bombas,
nessa noite de um domingo de fúria.
07 de Janeiro de 2008
sábado, 10 de janeiro de 2009
O absurdo em GAZA
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8 comentários:
Tocante, Jorge. Belas e sinceras palavras, eu sei. Que tudo isso pelo menos nos torne mais sensíveis, solidários para aqueles que nos são próximos e também sofrem.
Belo poema.
em lugar de bombas, poesia; seria tão bom assim, meu poetairmão. Parabens pela denúncia. Um dia todos nós viveremos um estado de paz.
Grauninha
Meu querido amigo
Você conseguiu achar as palavras que eu tento e ainda não encontro...
Ainda estou no estado de estopor e lágrimas e tristeza
beijo
É, rapaz, tá feia a guerra.
enorme o meu abraço
Jorge,
O seu grito é também o meu grito. Desesperança que precisa urgente de se recompor e encontrar o caminho. Caminho de homens e mulheres... caminho de gente que se faz gente e respeita gente. Basta de prepotência.
Beijo
Jorge, solidário com teu grito, venho aqui por indicação da Jacinta.
Abraço fraterno.
Mais um poema pela Paz, belíssimo;
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