Zé das Virgens –
um despirambado!
Sempre com
respingos de aurora
no olhar.
Ao longo dos anos
ninou a menina Maria,
adormecida pelo cheiro da cola
(deu-lhe o nome
de Maria das Nuvens).
Zé das Virgens
desposou Maria das Nuvens,
debaixo de uma marquise,
num dia de tempestade.
Muito, de tudo,
ele ofereceu
para sua amada:
Deu-lhe
às águas do mundo,
às pétalas das rosas,
os sons das ondas,
o ruído das asas dos colibris.
Pediu-lhe apenas
a escuridão de sua boca.
(sumidouro do mundo)
Para onde partiu
deixando de lado
a eternidade.
(Breves palavras)
sábado, 11 de outubro de 2008
Zé das Virgens
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6 comentários:
Os respingos de aurora se espalham também nos olhos dos mestres e aprendizes, das mães e suas crianças, dos médicos e seus pacientes, dos poetas e seus leitores.
Com sons e sonhos que se respingam nas Marias das Nuvens e nos Zé das Virgens, vamos nos reconhecendo.
Abração
PS: Cito você no meu post de ontem
Aquele "mas" nos meus comentários foi por causa da morte do Rich?
Jorge querido.
Os Zés e Marias... todos nós... perdidos na escuridão...
e nos encontrando aqui, no seu poema!
(seu livro repousa, na minha cabeceira, onde, a cada noite, busco minhas últimas palavras antes de adormecer)
beijo
Este poema e fruto da influência,leitura e, ao mesmo tempo, uma homenagem a dois poetas que lí e tenho lido.
O grande Manuel de Barros e o nosso Berredo de Menezes, ao qual eu dediquei este poema.
Agradeço à todos que deixaram seus comentários.
Meu querido
Felicidades neste seu dia!
Que Deus siga iluminando cada vez mais esse caminho que você escolheu, sei que muitas vezes difícil, mas tão bonito.
Que além de homens, você seja. qual Lucas, médico também de almas.
beijo
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